Até ao momento, o projeto de combate à erosão da margem com técnicas naturais está a ser muito bem sucedido e já é uma referência em situações deste género.
Quando em dezembro de 2014 arrancaram as ansiadas obras de conservação da margem do Lima, em Lanheses, a erosão avançava 1 a 2 metros por ano e ameaçava fazer desaparecer a marginal, entre a Avenida do Rio e a ponte.
O projeto de conservação da margem, elaborado em parceria com a Agência Portuguesa do Ambiente, a ARH-norte e a Junta de Freguesia de Lanheses era ambicioso e inovador. Propunha-se conter a erosão da margem numa extensão considerável, num troço do rio com grande largura e dinâmica fluvial, utilizando uma combinação de técnicas correntes de engenharia, recorrendo, pontualmente, ao uso de pedra e de técnicas de engenharia natural e ecológica, que usam a vegetação como meio de conservação.
Foram tantos os que consideraram que o projeto estava condenado ao insucesso como aqueles que o elogiaram e fizeram de Lanheses um exemplo a seguir, como referiu o Secretário de Estado do Ambiente de então, Dr. Paulo Lemos, em visita ao local. Passados cerca de 5 anos a razão está claramente do lado dos que acreditaram no projeto e o defenderam, como se pode ver atualmente no local.
Nos últimos dias cumpriu-se mais uma fase desse projeto: a desramação das árvores que rebentaram da estacaria e entrançado vivo.
Tal como tinha sido idealizado pelo Engº Pedro Teiga, mentor e coordenador do projeto, quando as árvores atingissem um desenvolvimento de 4 – 5 metros, elas teriam um sistema de raízes suficientemente desenvolvido para impedir que as areias da margem fossem levadas pelas águas.
Ao retirar os ramos mais baixos dessas árvores o espaço fica muito mais amplo e o rio visível em toda a extensão do percurso na margem. A vegetação continua a desempenhar o seu importante papel e os lanhesenses e visitantes podem usufruir da paisagem natural magnífica que temos a privilégio de ter na nossa terra.
No verão passado procedeu-se ao reforço das 2 pequenas praias que permitem o acesso aos banhistas. Nesses locais e numa zona mais a montante, perto do cais, o rio continua a erosão. É por este motivo que temos de continuar o esforço de preservar a margem e não é possível, ainda, alargar a praia em areia, como muitos reclamam.
A prioridade continua a ser impedir que a erosão destrua a margem do Lima, em Lanheses, mas isso não nos impede de desenvolver o local para o tornar mais agradável, como acontecerá brevemente com a instalação de bancos, caixotes de lixo e remoção de embarcações em fim de vida.
Visitem a margem e o Parque Verde, usufruam de uma paisagem de excelência e respeitem a natureza.